As heurísticas de Nielsen ajudam a melhorar a usabilidade de produtos digitais colocando o usuário no centro. Entenda!
Empresas investem pesado em tecnologia para impulsionar sua transformação digital. Só os bancos brasileiros, por exemplo, devem investir R$ 47,8 bilhões em 2025, segundo a Febraban. Mas, no meio de tantas soluções lançadas, uma pergunta precisa ser feita: o usuário está realmente no centro dessas entregas?
É por isso que existem as heurísticas de Nielsen. Elas são um checklist de usabilidade para garantir que produtos digitais funcionem para as pessoas. Até porque, quando o usuário fica em segundo plano, você tende a não ter retorno.
Nesse sentido, existe muito o que aprender sobre as heurísticas de Nielsen para entregar o melhor ao usuário. Continue a leitura e entenda!
O que são as Heurísticas de Nielsen?
As Heurísticas de Nielsen são um conjunto de 10 diretrizes criadas para ajudar designers, PMs e times de produto a identificar problemas de usabilidade em interfaces digitais. A partir disso, é possível corrigi-los antes que prejudiquem a experiência do usuário.
Desenvolvidas por Jakob Nielsen e Rolf Molich nos anos 90, essas regras seguem atuais porque tocam pontos fundamentais do comportamento humano frente à tecnologia:
- clareza;
- consistência;
- controle;
- feedback;
- prevenção de erros.
Pense nelas como uma lista de controle que ajuda a responder perguntas como: como avaliar se a nova funcionalidade é intuitiva para o usuário final?
Quais são as 10 heurísticas de Nielsen?
Aplicar as heurísticas de Nielsen é garantir que sua interface digital seja centrada no usuário. A seguir, entenda quais são as 10 diretrizes envolvidas!
1. Visibilidade do status do sistema
O sistema deve sempre manter o usuário informado sobre o que está acontecendo, de forma clara e constante. Por exemplo, em um e-commerce, o usuário não consegue tocar nos produtos ou conversar diretamente com um vendedor.
Por isso, a interface precisa mostrar em tempo real o status das ações e onde ele está na jornada de compra. Quer entender melhor? Em uma loja virtual, ao adicionar um produto ao carrinho, o sistema necessita mostrar uma confirmação imediata (como um aviso na tela ou uma atualização no ícone do carrinho).
2. Compatibilidade entre o sistema e o mundo real
É preciso que a interface reflita conceitos, termos e metáforas que o usuário já conhece do mundo físico ou de seu cotidiano. Isso torna a experiência mais natural, intuitiva e previsível. Funciona assim:
Diagnóstico de linguagem confusa
Um usuário travou numa tela porque não entendeu os termos usados (ex: “finalizar pipeline” em vez de “concluir pedido”? Então, essa diretriz ajuda o time a perceber o problema e substituir por linguagem mais próxima do vocabulário do público-alvo.
Identificação de metáforas mal aplicadas ou ausentes
Se a interface usa uma estrutura ou organização incoerente com o usuário (ex: “compartimentos” em vez de “pastas”), a diretriz orienta o time a buscar metáforas familiares.
Criação de fluxos mais previsíveis
Interfaces que ignoram como as coisas funcionam no mundo real geram frustração. Por exemplo, um botão “Cancelar” que apaga todas as informações sem avisar o usuário quebra a expectativa. Afinal, normalmente as pessoas esperam que o sistema pergunte se querem salvar antes de perder o que fizeram.
3. Controle e liberdade para o usuário
As pessoas cometem erros e precisam poder corrigir rapidamente. O sistema deve oferecer uma forma fácil de voltar atrás, como um “botão de emergência”.
Caso contrário, já pensou se ao clicar em “excluir”, tudo desaparecesse sem chance de recuperação? Isso faria o usuário perder confiança na plataforma.
4. Consistência e padronização
Os usuários precisam reconhecer rapidamente que certas palavras, botões ou ações têm o mesmo significado em toda a interface. Até porque, se cada tela usar estilos ou termos diferentes, eles ficam confusos e perdem tempo tentando entender o que fazer.
Por isso, mantenha padrões visuais (cores, botões, ícones) e termos iguais em todas as telas. Isso ajuda o usuário a aprender o sistema mais rápido e evita erros.
Vamos ao exemplo: se o botão para “salvar” aparece azul na página A, não use um botão verde com nome diferente na página B. Isso geraria dúvidas desnecessárias.
5. Prevenção de erros
Evitar que o usuário cometa erros é melhor do que precisar consertar depois. Assim, interface precisa ajudar a prevenir deslizes comuns, usando avisos, confirmações e orientações claras.
Para identificar quais são os deslizes comuns dos usuários em um produto digital, use algumas estratégias:
- análise de dados reais – veja os relatórios de erros, tickets de suporte e feedback dos usuários. Quais ações eles fazem errado com frequência?
- testes de usabilidade – observe pessoas usando a plataforma enquanto realizam tarefas. Veja onde elas têm dificuldade, cometem enganos ou ficam confusas.
- feedback direto – pesquisas, entrevistas e avaliações ajudam a entender as dores e erros mais comuns do público;
- benchmarking – estude plataformas similares para identificar problemas e erros frequentes que os usuários enfrentam;
- análise de interações – ferramentas de gravação de sessão e mapas de calor mostram onde os usuários clicam errado, param ou voltam atrás.
Prevenir esses erros aumenta a confiança do usuário e evita frustrações que podem levar ao abandono do produto digital.
6. Reconhecimento em vez de memorização
A interface deve mostrar informações relevantes e acessíveis. Quanto menos o usuário tiver que memorizar, melhor será a experiência.
Por exemplo, em um app de compras, ao começar a digitar o nome de um produto no campo de busca, o sistema sugere opções automaticamente baseadas no histórico do usuário ou nos produtos mais populares. Assim, o usuário não precisa lembrar o nome completo nem digitar tudo.
7. Flexibilidade e eficiência de uso
É necessário que o sistema funcione bem tanto para quem está começando quanto para usuários avançados. Oferecer atalhos, opções de personalização e automações ajuda quem já conhece bem a plataforma a ser mais rápido e produtivo.
Que tal um exemplo? No Spotify, usuários avançados podem criar playlists automáticas baseadas em seus gostos, enquanto novatos podem usar as playlists prontas para ouvir.
8. Estética e design minimalista
Interfaces precisam ser claras e sem excesso de elementos, para que o usuário consiga focar no que é mais importante. Menos poluição visual melhora a compreensão e evita distrações.
Por esse motivo, aplicativos como o Google Keep tem um design simples, com poucos botões e espaço para anotações, facilitando o uso e a concentração.
9. Ajudar o usuário a reconhecer, diagnosticar e recuperar erros
Quando algo dá errado, o sistema deve avisar o que aconteceu e indicar como resolver, usando mensagens claras e visuais que destacam o problema.
10. Ajuda e documentação
Mesmo com uma interface intuitiva, o usuário pode precisar de suporte. Nesse sentido, ter uma seção de ajuda fácil de acessar, com respostas claras e exemplos, já tende a reduzir a frustração e melhora a experiência.
Como visto, as heurísticas de Nielsen são uma espécie de bússola para quem quer criar produtos digitais úteis para as pessoas. No final, todo mundo sai ganhando: o usuário fica satisfeito e seu negócio cresce.
Então, quer tirar o máximo do seu produto digital e garantir que ele seja fácil, eficiente e prazeroso de usar? A Mosten pode ajudar seu time a aplicar essas heurísticas, com soluções personalizadas que colocam o usuário sempre em primeiro lugar. Fale conosco e saiba mais!